Luxação do joelho
A luxação da articulação do joelho é uma lesão extremamente grave que pode resultar em danos catastróficos. Geralmente decorre de traumatismos de alta energia, como acidentes automobilísticos ou quedas de altura, porém também pode ocorrer durante prática esportiva.
É definida como separação completa da tíbia em relação fêmur com lesão de pelo menos dois ligamentos do joelho (ligamento cruzado anterior, ligamento cruzado posterior, ligamento colateral medial ou complexo ligamentar póstero-lateral).

Além das rupturas ligamentares é alta a incidência de danos vasculares e neurológicos associados. A artéria poplítea é a principal responsável pela vascularização do membro inferior abaixo do joelho, passando pelo canal adutor na região do fêmur distal e adentrando na perna através do arco fibroso do músculo sóleo. Estas peculiaridades anatômicas predispõem a ocorrência de lesões devido a pouca mobilidade tanto na região proximal quanto na distal. A literatura médica estima em até 18% a incidência de lesões vasculares nas luxações do joelho. Nestas situações a prioridade é a revascularização cirúrgica do membro inferior, sob risco de evolução com isquemia e, posteriormente, amputação.
Lesões do nervo fibular podem ocorrer em até 25% dos casos, segundo estudos recentes. Este tipo de dano pode comprometer significativamente o resultado funcional mesmo após o tratamento adequado.
O tratamento cirúrgico é inevitável neste tipo de lesão. Na maioria das vezes, opta-se por uma abordagem estagiada em uma, duas ou até três etapas diferentes para reconstrução dos múltiplos ligamentos lesionados.